Sobre a culpa e a sobrevivência

Sonho CCXXVIII


Seguíamos por uma dessas estradas de montanha, íngremes e sinuosas, quando o meu companheiro foi arrebatado por um tigre.
 
Cobarde, desatei a fugir.
 
Mas talvez me sentisse melhor se tivesse morrido com ele.
 
Tudo o que vi foi um pedaço de tripa que vinha arrastada pela água da cisterna dos bombeiros, estrada abaixo, e que desapareceu numa sarjeta.
 
Agradeci ao realizador do sonho que não tivesse mostrado mais.
 
Ver apenas aquela parte do corpo foi suficiente para que ficasse morto por dentro.